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Cordel do Ano-Novo

01/01/2009

Cordel do Ano-Novo

 

Festival do Ano-Novo
Desde a antiguidade…
Na velha Mesopotâmia:
Foi grande festividade…
Nos meus tempos de criança:
Festejei a novidade…

2.000 a.C:
Começou o Festival…
Na antiga Babilônia:
Foi festa primordial…
Equinócio da primavera:
Lua Nova magistral…

Festejava-se em março:
Era festa de primeira…
O povo aproveitava:
Sacudia a pasmaceira…
Saudava o Sol nacente:
Depois da noite festeira…

A 23 de setembro:
Ano-Novo celebrado…
Pérsia, Assíria, Fenícia:
No Egito… Sol adorado…
Na Grécia em dezembro:
Era bem comemorado…

Na Roma antiga o festejo:
No mês de março era dado…
Depois passou a janeiro:
Por ser Jano cultuado…
Há muito tempo o Ano-Novo:
Pelo povo é celebrado…

Em 153 a.C:
O ano-novo romano…
A festa consolidou-se:
No calendário juliano…
Dia 1º de janeiro:
Calendar gregoriano.

Em 25 de Março:
Era o ano festejado…
Chegava a primavera:
No mundo do outro lado
Até 1º de Abril:
Novo ano cultuado…

Gregório XIII instituiu:
O 1º de Janeiro…
Hoje é comemorado:
No Ocidente inteiro…
Até mesmo no Oriente:
Já é ato costumeiro…

Mudou-se o calendário:
O povo festeja a mil…
Resquício da tradição:
O 1º de Abril…
É o Dia da Mentira:
Na Europa e no Brasil…

Na noite de São Silvestre:
O povo fica acordado…
Para a virada do ano;
É preciso estar ligado…
Nessa noite não se dorme:
É costume consagrado…

O Ano Novo chinês:
É móvel no calendário…
Em janeiro ou fevereiro:
Li no Perpétuo Lunário…
Luzes…Pirotecnia:
Fluem do vocabulário…

A 19 de março:
Do calendário atual…
Ano-Novo esotérico:
De cunho espiritual…
Resgata a tradição:
Do tempo imemorial…

Hégira… Rosh Hashaná:
Buda…Moisés…Maomé…
Cristo Jesus em Belém:
Menino de Nazaré…
Harmonia para Gaza:
Menos bomba, mais café…

Pé de porco e lentilha:
Gritar, correr e dançar…
Bombons, balas e doces:
Festejos a beira mar…
Oferendas para os santos:
Fogos explodem no ar…

Pra você tudo de bom:
Saúde…Felicidade…
Novo ano de harmonia:
Luz…Solidariedade…
Paz…Amor e Alegria:
Sucesso…Fraternidade…

Espantem os maus espíritos:
Chega de insanidade…
Viva-se a comunhão:
Basta à barbaridade…
É hora de união:
Paz, amor e liberdade…

Fogos e oferendas:
E gritos de alegria…
Chega de guerra e terror:
Fome, ódio, hipocrisia…
Paz e amor para todos:
Saúde e sabedoria…

Belos fogos de artifício,
Abraços e buzinada…
Sonhos e esperança:
Nossa alma renovada…
Pelo fim da violência:
Paz e amor na jornada…

Abraçe, beije, comemore:
Faça a renovação…
Troque a roupa,os lençois:
Alivie a tensão…
Sorria e se ilumine:
Faça uma boa ação…

10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1:
A contagem regressiva…
Um adeus ao ano velho:
Viva a vida progressiva…
Sem guerras e atormentos:
Consciência reflexiva…

Um Ano-Novo de luz:
O novo sol vai brilhar…
Que tudo se concretize:
Possa tudo melhorar
Multiverse o dia-a-dia:
O novo ano vai raiar…

Feliz Ano-Novo…

Gustavo Dourado
http://www.gustavodourado.com.br

Gustavo Dourado. Bahiano de Recife dos Cardosos-Ibititá (Irecê)-Chapada Diamantina, Gustavo Dourado (Amargedom). No DF há 33 anos atua/atuou nos movimentos poéticos, ecológicos, populares, estudantis (UnB), socioculturais.
www.gustavodourado.com.br
www.gustavodourado.com.br/cordel.htm www.ebooks.avbl.com.br/biblioteca1/gustavodourado.htm
http://cordel.zip.net 

Cordel das Festas Populares

09/11/2008

Cordel das Festas Populares
Gustavo Dourado

A Ciência do Folclore:
Aprendi com o Cascudo…
Patativa deu o mote:
Ariano conteúdo…
Vitalino esculpiu:
Cartola nos disse tudo…

Baião de dois:Farinhada
A sagrada rapadura
Bebo uma talagada
Gole de cachaça pura
Para cantar o Brasil:
E os festejos da cultura…

Conhecimentos e crenças:
Conjunto das tradições…
Danças, ritmos e lendas:
Fábulas…Superstições…
Comidas e vestimentas:
Mitos…Advinhações…

São muitos ciclos festivos:
Ano-Novo…Carnaval…
Ciclo das Águas e do Divino:
Sacro ciclo quaresmal…
Ciclo junino e julino:
Papai Noel no Natal…

As doze noites festivas:
Iniciam-se no Natal…
O culto ao Sol Invictus:
Antigo e tradicional…
Vai até 6 de janeiro:Reis
Magos universal

Diversas festividades:
Festas do Cristianismo…
Divindades,santos, santas:
Festejos do ecumenismo…
Nosso Senhor, Nossa Swnhora:
Procissões do sincrertismo…

Os índios também celebram:
Fazem os seus festivais…
É festa de todo tipo:
Festanças monumentais:
Tem as festas evangélicas:
E as festas orientais…

Folguedos, bailes e cultos:
Práticas devocionais…
Tropos, autos, malhações:
Votos sobrenaturais…
Deuses, bruxas, orixás:
Viagens transcendentais…

Cultura e arte do povo:
Cerimônias…Rituais
Expressões do sentimento:
Desatam laços sociais…
Lavam a alma da gente:
Sonho, canto, festivais…

Tantas festas populares:
Lembranças e emoções:
Carnaval sempre presente:
Na marcha dos corações…
Desfiles nas passarelas:
Em dia brados foliões…

Mani.fest.ações de rua:
O Galo da Madrugada…
Trio Elétrico da Bahia:
No Cerrado a cavalhada…
Catira…Cordel…Divino:
Cateretê e congada…

Juninas festas julinas:
Sobressai o São-João…
Quadrilhas, arrasta-pé:
Fogos, fogueira, balão…
Pamonha e milho assado:
Festa boa é no Sertão…

Música, teatro, dança:
Sinônimo de alegria
Uma lona colorida
O palhaço que arrelia…
Desde Maximus em Roma:
O circo nos fantasia…

Sociedade do Espetaculo:
Des.Ilusão, malabar…
Platéia – arqui.bancada:
Gol na festa popular…
Futebol circo moderno:
A multidão a sonhar…

Garrincha,alegria do povo:
Fez a massa delirar…
Driblava Zé e João:
Era festa popular…
O anjo das pernas tortas:
Soube carnavalizar…

As palhaçadas da vida:
Sonho televisionado…
Bobo da corte moderno:
O povo vive adestrado…
Novelas do cotidiano:
No mundo globalizado…

Bailes em todo o Brasil
Centro, Sul, Sudeste, Norte
O Nordeste pega fogo
Alma em teletransporte
Carnaval é poesia:
A vida ilude a morte…

Abre Alas com Chiquinha
No entrudo, teve origem
Cordões pelas avenidas
Balanço que dá vertigem
A multidão se sacode:
Manda embora a fuligem…

Noel, Ary, Pixinguinha
Jacob com seu bandolim
Trio elétrico na folia
Armandinho, serafim
Dodô e Osmar no ritmo:
Salve o Senhor do Bonfim…

Carmen Miranda, Tropicália:
Bumba-Meu-Boi sedutor…
Maxixe, afoxé…lundu…
O samba interlocutor…
Todo mundo na folia:
Ritmos de paz e amor…

Sortes e adivinhas:
Simpatia e acalanto…
Pai-Nosso, Salve-Rainha:
A festa é um encanto…
Santo de cabeça pra baixo:
Atrás da porta no canto…

Crisma, batismo de fogo:
Dançar e pular fogueira…
Asssar batata na brasa:
Cantar a Mulher Rendeira…
Baião de Luiz Gonzaga:
Com forró a noite inteira…

Latada, pamonha, canjica:
Mel, cuscuz e macaxeira…
Cachaça de alambique:
Cana boa de primeira…
Quentão, verso, cantoria:
Pra curar a pasmaceira…

Festival da Música Brasileira
Festival da Nova Música Popular
Festival Internacional da Canção
O Cantador a declamar
Alegria, Alegria:
Vamos todos festejar…

Dancei no Boi do Teodoro:
Desfilei no Pacotão…
Charles Preto na surdina:
Perfilou na contra-mão…
Cassetete da Polícia:
Abaixo a Repressão…

Cantigas…Contos… Brinquedos:
Nos sonhos do dia-a-dia:
Oktoberfest, micarê…
Máscaras da fantasia:
Joãozinho Trinta – Jamelão:
Nossas festas têm magia…

Amazonas Parintins:
Caprichoso e Garantido:
Cunhã Poranga e Pajé:
Saci e boto atrevido…
Gigante Juma – Curupira:
Boitatá bem sacudido…

Bumbódromo tupiniquim
ilha Tupinambarana:
Mapinguari e Mãe-Dágua:
A floresta nos irmana…
Açai…Cupuaçú:
Ecos da sussuarana…

Dança a Mula-sem-cabeça
Mãe-de-ouro na folia…
Corpo-Seco, Pisadeira:
Destranca a rua, Maria:
Com as sete chaves da vida:
Consagrada epifania…

Nosso Senhor dos Navegantes:
Linda Conceição da Praia…
Fui à Pesca do Xaréu:
No mar se via arraia…
Na Festa de Iemanjá:
Capoeira, mini-saia…

Nossa Senhora do Rosário:
Pirenópolis-Catalão…
Goiás Velho e Trindade:
Juazeiro no Sertão:
Lampião e Padim Ciço:
Reza de Frei Damião…

Raízes culturais do Brasil:
Questão de identidade…
Círio e Aparecida:
Interior e cidade…
Procissão do Fogaréu:
Festa…Multiplicidade…

Candomblé Umbandaum:
No Pelô o saravá…
Mãe Menininha, a bênção:
Iluminou Gantoá…
Os orixás da Prainha:
No Lago Paranoá…

Ciranda, Cirandinha:
Lia de Itamaracá…
Serenata, romaria:
Seu Ioiô e Dona Iaiá:
Pega-pega; esconde-esconde:
Lá…aqui e cacolá…

Parlenda, cantiga de roda:
Trava-a-língua e tirana…
Anedota e piada:
Na casa da Mãe Joana:
Tem chorinho e modinha:
Lá na Vila Mariana…

Mestre Salustiano se foi:
Antônio Nóbrega ficou…
O Quinteto Violado:
A sua marca nos deixou…
Na Afrociberdelia:
Chico ciência cantou…

No ritmo do improviso:
Inácio da Catingueira…
Cego Aderaldo na rima:
Desafia Zé Limeira…
Festa em Campina Grande:
Xaxado…Mulher Rendeira…

Repercutem os tambores:
Oferenda a Iemanjá…
Oxum, Xangô,Iansã:
Oxóssi, Ogum, Oxalá…
Macumbanda…Candomblé:
Iaô…Ylê…Iaiá…

Cristão e mouros em luta:
A famosa cavalhada…
Pastoril e seus cordões:
Sebastião na congada…
Zabumbas e maracás:
Sacodem a caboclada…

Nossa Senhora Aparecida:
Festa da Boa Viagem…
Santos Reis, São Benedito:
Chegança…Camaradagem…
Pajelança…Uca-Uca:
Nossos ritos de passagem…

O Brasil se sassarica:
Se sacode na noitada…
Pula, dança e festeja:
Pagode e marujada:
Xoxoteia xaxaxando:
Se remexe na lambada…

Nas festas de hoje em dia:
Tudo está muito mudado…
Tem show e tecnologia:
Se perdeu o rebolado…
Saudade do forrobodó:
No terreiro e no roçado…

Nas noites de minha infância:
Não tinha eletricidade…
A luz era à luz da lua…
Tinha estrelicidade…
Dos festejos de menino:
Lembro e morro de saudade…

Nosso povo é sonhador:
Deseja o essencial…
Terra, amor, casa, comida:
Trabalho, vida normal …
Quer a paz e equilíbrio
E festejar o Carnaval…

Valorização da Arte
É ação de resistência
A cultura é vital
Pra nossa sobrevivência
Livros, arroz e feijão
Na festa da consciência.

Pra você tudo de bom:
Saúde…Fraternidade
Um Natal de harmonia:
Luz…Solidariedade…
Paz…Amor e Alegria:
Sucesso e Felicidade…

Um Ano-Novo de glórias:
Sua estrela vai brilhar…
Que tudo se concretize:
Possa a vitória alcançar
Universe a fantasia:
Numa Festa Popular…

Gustavo Dourado
http://www.gustavodourado.com.br

Gustavo Dourado. Poeta e cordelista.Letras(UnB). Pós-graduação em artes, literatura, teatro, gestão e linguagens artísticas.Autor de 12 livros.Premiado na Áustria.Selecionado pela Unesco.Tema de teses de mestrado e doutorado http://www.gustavodourado.com.br http://cordel.zip.net

Tags: arte, brasília, cordel, cultura, dourado, festa, festival, gente, gustavo, história

Cordel para Machado de Assis: O Bruxo do Cosme Velho…

01/11/2008

Cordel para Machado de Assis: O Bruxo do Cosme Velho…

Gustavo Dourado

 

Joaquim Maria Machado de Assis:
Do Morro do Livramento…
De um moleque baleiro:
A Gênio e ás no talento…
Mago da Literatura:
Luzeiro do Pensamento…

21/06/1839:
Deu-se o seu nascimento…
Veio ao mundo no Rio:
Na Quinta do Livramento…
Mestre Machado de Assis:
Expressão do pensamento…

Francisco José de Assis:
Maria Leopoldina Machado…
Genitores do Escritor:
Mestre, acadêmico, letrado…
A gênese do romancista:
Tenho comigo anotado…

Bem pequeno ficou órfão:
De sua mamãe querida…
Foi-seu o pai logo depois:
Uma machadada na vida…
Maria Inês, a madrasta:
Deu-lhe amor, pão e guarida…

Não podia estudar:
Nem teve acesso à escola…
Era vendedor de bala:
Para não pedir esmola…
O preconceito era grande:
Ainda não havia bola…

Sacristão de Lampadosa:
Aprendeu latim-francês…
Estudou o alemão:
O idioma inglês…
Se estivesse por aqui:
Falaria até chinês…

Garoto pobre-mulato:
Na Capital Federal…
Época de febre amarela:
Mínima era industrial…
Tudo era importado:
O Brasil era quintal…

Padre Silveira Sarmento:
Incentivou a Machado…
Um menino inteligente:
Logo se tornou letrado…
Para sair do sofrimento:
Da triste vida de gado…

Veio de família pobre:
Persistente e esforçado…
Teve aos 16 anos:
Um poema publicado…
O livreiro Paula Brito:
Contratou nosso Machado…

Londres ditava a moda:
Imperava a escravidão…
Fabricaram a dívida externa:
A capital submissão…
E Machado no cenário…
Fluía arte e criação…

Publicou o soneto era “Ela”:
Que grande coisa não era…
Na Marmota Fluminense:
Deu asas à quimera…
Foi caixeiro e vendedor:
E um revisor bem fera…

Na Marmota Fluminense:
Começou a escrever…
Era 1855:
Como pude perceber…
Até 1861:
Colaborou pra valer…

Ano 1856:
Tipografia Nacional…
Manuel Antônio de Almeida:
Influência natural…
Até 1858:
Aprendizado literal…

Tornou-se ajudante:
Do Diário Oficial…
Registro em periódicos
Sua obra inicial…
Trabalhou em Ministério:
Foi primeiro-oficial…

Colaborou na Imprensa:
No Correio Mercantil:
Diário do Rio de Janeiro:
Machado a mais de mil…
Jornal da Tarde, O Globo:
Na Capital do Brasil…

No Jornal das Famílias:
E na Revista Brasileira…
Na Gazeta de Notícias:
Sua prosa de primeira…
Semana Ilustrada, O Cruzeiro:
Machado na dianteira…

1866:
Carolina chega ao Rio…
(Irmã do poeta Faustino) :
Sempre foi mulher de brio…
Foi na vida de Machado:
Sol, poesia, amore mio…

Ministério da Agricultura:
Oficial de gabinete…
Gostava de circular:
Pela Rua do Catete:
E no Largo do Machado:
Bebia Café com Leite…

Em 1869:
Casou-se com Carolina…
Machado, quase gago:
Escritor de bela sina…
Lutou contra o preconceito:
E conquistou a menina …

Machado é Rio Antigo:
Cosme Velho – Ouvidor…
Na Rua dos Andradas:
Exercitou o Amor…
Com a musa Carolina:
Um romance alentador…

Histórias da Meia-Noite:
O livro Ressurreição…
Morou na Rua da Lapa:
Início da trans.formação…
Na Rua das Laranjeiras:
Deu-se a iniciação…

Poesia, Americanas:
A musa a lhe inspirar…
Crisálidas foi o início:
De um poeta a germinar…
Gil, Job e Platão:
Pseudônimos soube usar…

Falenas…Ocidentais:
Helena…A Cartomante…
Histórias sem Data…Contos:
Machado sempre adiante…
O Alienista…Missa do Galo:
Pulsa alto como Dante…

Teceu a Mão e a Luva:
A obra Iaiá Garcia…
Fez os Contos Fluminenses:
Estudou Filosofia…
Histórias da Meia-Noite: 

Reflexos do dia-a-dia… 

A crítica de Araripe:
Mostrou-se a má vontade…
Machado ultrapassou:
Toda a criticidade…
Foi além e transmutou-se:
Em ouro da imortalidade…

Vitor de Paula…Job:
Max e depois Lara…
Publicou com vários nomes:
Uma obra que não pára…
Criativo e talentoso:
Flui o gênio que Deus dara…

República e Abolição:
O grito da liberdade…
Combate à escravidão:
Ares de civilidade…
Época de Realismo:
De nova sociedade ..

Poesia nova, realista:
Distante do Romantismo…
Campanha abolicionista:
Marx e o Comunismo…
Machado além do Real:
Bebeu no Naturalismo…

1878-79:
Em Friburgo, temporada:
Tratamento de saúde:
Novo alento na jornada…
Eis um novo escritor de obra:
Prima…Vera – madrugada…

Memórias Póstumas de Brás Cubas:
Arte de lapidação…
Texto de engenharia:
Sentimento e emoção…
Criatividade à flor da pele:
Deu asas ao coração…

Publicou Memórias Póstumas:
Na Revista Brasileira…
É um livro essencial:
Que marca a sua carreira…
Na Gazeta de Notícias:
Foi cronista de primeira…

Memórias saiu em livro:
Destaque para Machado…
Publicou Papéis Avulsos:
Texto bem elaborado…
Rua Cosme Velho, 18:
Muito bem acomodado…

Em Machado há ironia:
Dúvida e questionamento…
Capitu traiu ou não?
A resposta voa ao vento…
O Amor tudo ultrapassa:
Revela-se o sentimento…

Oficial da Ordem da Rosa:
Por decreto imperial…
Diretor de Viação:
Várias Histórias, afinal…
Machado se consagrou:
No cenário nacional…

Fundou a Academia:
Logo eleito presidente…
Quincas Borba reflete:
Um escritor sapiente…
O romance Dom Casmurro:
Eis um livro consciente…

Cadeira 23:
Da Brasileira Academia…
José de Alencar, patrono:
Machado o enaltecia…
O mestre de Iracema:
Machado sempre o lia…

13 comédias ligeiras:
A verve de dramaturgo…
Tu, só tu, puro amor:
Foi além de taumaturgo…
Fez Lição de Botânica:
Um texto pra demiurgo…

Velhas Histórias escreveu:
Contos, Páginas Recolhidas
Fez Poesias Completas:
Suas obras sempre lidas…
Vejo os seus personagens:
Por praças e avenidas…

20/10/1904:
Morreu a sua Carolina…
Companheira solidária:
Fraterna e diamantina…
Amada de toda a vida:
Uma perda repentina…

Romance Esaú e Jacó:
Fez-se a publicação…
Relíquias de Casa Velha:
Processo de elaboração…
Em 1906:
Teve a editoração…

Relíquias de Casa Velha:
Dedicou a Carolina…
“Ao pé do leito derradeiro”:
Soneto de verve fina…
Uma pérola na poesia:
Além da prosa cristalina…

1/06/1908:
Pediu licença Machado…
Para tratar da saúde:
Estava debilitado…
Memorial de Aires, romance:
Foi o último publicado…

3h20, 29 de setembro:
Morte do grande escritor…
Em 1908…
Foi-se embora o criador
Saudado por Rui Barbosa:
Magistrado e orador…

Cronista -Teatrólogo:
Poeta, crítico literário…
Jornalista, pensador…
Decifrou o dicionário…
Shakespeare tupiniquim:
Mestre do vocabulário…

Ficou a obra-prima:
Grandiosa, genial…
Há muito influencia:
A cultura nacional…
Machado eternizou-se
No cenário universal…

100 anos sem Machado:
E ele sempre presente…
Sua arte é escultura:
Que orgulha nossa gente…
É cânone da literatura:
Do Ocidente ao Oriente…

Seu romance transcendeu:
Para além da dialética…
É obra de bom calibre:
Que equilibra a ética…
É pedra filosofal
Quintessência da estética…

*Gustavo Dourado. Poeta e cordelista baiano.brasiliense. Letras(UnB).
Pós-graduação em artes, literatura, teatro, gestão e linguagens artísticas.
Autor de 11 livros. Premiado na Áustria. Selecionado pela Unesco.
Tema de teses de mestrado e doutorado.
www.gustavodourado.com.br

www.gustavodourado.com.br/cordel.htm

www.eunaotenhonome.com.br/gustavodourado/blog/gustavodourado

tags: Machado de Assis, Rio, Cosme Velho, Capitu, Dom Casmurro, Brás Cubas, Quincas Borba, Alienista, Casa Velha, Crisálidas…Gustavo Dourado,

Cordel: das Origens à atualidade da Internet

31/10/2008
Cordel: das Origens à atualidade da Internet
Escrito por Gustavo Dourado   

 

 

Os Doze Pares de França, O Pavão Misterioso, Juvenal e o Dragão, Donzela Teodora, Imperatriz Porcina, Princesa Magalona, Roberto do Diabo, Côco Verde e Melancia, João de Calais, O Cachorro dos Mortos, A Chegada de Lampião no Inferno, Viagem a São Saruê… São livros do povo (alicerçado no pensamento do mestre Luís da Câmara Cascudo e deste poeta cordelista). Fontes da Poesia Popular do Nordeste do Brasil. Quintessências da Literatura de Cordel.

Origens do Cordel

Cordel. Vem de corda, cordão, cordial, toca o coração.
Os folhetos eram expostos em cordões, lençois, esteiras, nas feiras, praças, portas das igrejas, bancas e nos mercados. Literatura de cordel, poesia de cordel, romance, folheto(s), arrecifes, abcs, “folhas volantes” ou “folhas soltas”,”littèratue de colportage”,”cocks” ou “catchpennies”, “broadsiddes”, “hojas” e “corridos”…
São nomes que a poesia popular recebeu ao longo do tempo, na Europa e nos países latino-americanos.
No Brasil, o termo cordel se consagrou como sinônimo de poesia popular. O cordel apresenta-se em narrativas tradicionais e fatos circunstanciais, em folhetos de época ou “acontecidos”.

As origens da literatura de cordel estão na Europa Medieval. Têm suas bases na França (Provença), do século XI e posteriormente na Espanha, Portugal, Itália, Alemanha, Holanda e Inglaterra. Chegou ao Brasil Colônia com os portugueses, depois incorporou a poética nativa do índio, a criatividade e o ritmo da poesia do negro e dos vaqueiros e tropeiros (o aboio). Tornou-se um ritmo sertanejo-tropical, integrando-se a outros ritmos como o baião, o xote, o xaxado e o forró. Ganhou uma característica especial com o advento da xilogravura, na ilustração das capas de milhares de folhetos.

 

Polêmica e complexidade dos ciclos temáticos

Os principais temas e ciclos do cordel (minha classificação) abordam vários assuntos: abcs; religiosidade; costumes; romances; história; heroísmo (façanhas); cavalaria (vaqueiros, bois, cavaleiros, tropeiros); valores, moral e ética; atualidades; circunstâncias; fatos e acontecidos; sociais e noticiosos, louvações; fantasias (fantástico maravilhoso); profecias, apocalipse e fim do mundo; biografias e personalidades; poder, estado e governo; política e corrupção; exemplos; intempéries e fenômenos da natureza (secas, inundações, maremotos, terremotos etc); crimes; coronelismo; cangaço, valentia, banditismo e jagunçagem(Lampião, Maria Bonita, Antônio Silvino, Corisco e Dadá, Sinhô Pereira, Jesuíno Brilhante, Quelé do Pajeú, Lucas de Feira); Padre Cícero(O Santo do Juazeiro); Frei Damião; Getúlio Vargas(Estado Novo, conquistas trabalhistas);Antônio Conselheiro(Canudos); Coluna Prestes e Revoltosos; Juscelino Kubitschek(construção de Brasília); Lula; televisão e cinema; ciência e tecnologia; Internet; crítica e sátira; humor, obscenidade,putaria e sacanagem(pornocordel); terrorismo(atentados) e guerras; modernidade e contemporaneidade; desafios, cantorias e pelejas, entre outros menos conhecidos e ainda não catalogados etc.

 

Classificação dos ciclos temáticos do cordel, por Ariano Suassuna:

1) “Ciclo heróico, trágico e épico;
2) Ciclo do fantástico e do maravilhoso;
3) Ciclo religioso e de moralidades;
4) Ciclo cômico, satírico e picaresco;
5) Ciclo histórico e circunstancial;
6) Ciclo de amor e de fidelidade;
7) Ciclo erótico e obsceno;
8) Ciclo político e social;
9) Ciclo de pelejas e desafios.”

 

Mitologia e Trovadorismo…

A Literatura de Cordel, mais que centenária no Brasil (ultrapassou cem mil títulos publicados, segundo Joseph Luyten), tem suas origens ocidentais e pré-medievais, no universo poético de Provença, França, com os trovadores albigens (com destaque para Arnaud Daniel, Bertran de Born, Guiraut de Bornelh e Rimbaud Daurenga).

http://pt.wikipedia.org/wiki/Provençal

 

Entre os trovadores portugueses, precursores da Literatura de Cordel e do Repente, vêm-me à memória Martim Soares e Paio Soares de Taiverós, além dos célebres reis-trovadores Dom Diniz e Dom Duarte. As influências sobre o cordel e a poesia popular contemporânea são multidiversas: desde a poesia mesopotâmica árabe-fenício-semítica, mediterrânea, hindu e persa, à poética egípcio – caldaica – hebréia – greco – latina e afro – indígena…
Não se pode esquecer a influência bíblica (Salmos de Davi, Provérbios de Salomão, Cântico dos Cânticos, Apocalipse), do Lunário Perpétuo, enciclopédias, dicionários, almanaques, dos grandes livros religiosos e belos cânticos de todos os tempos, presentes nas diversas civilizações ao longo do processo histórico.

Os chineses e indianos devem ter tido significativa influência nas origens e desenvolvimento da poesia popular, por sua antigüidade e por tantos escritos primordiais como os Vedas, Gita, Upanishads, Mahabarata, Ramayana, I Ching, o Zen e o Tão – Te – King, via Confúcio, Lao-Tse, Buda, Krishna, Rama e outros sábios do velho e mágico Oriente, tão incompreendido pela cultura ocidental.

A Poesia de Cordel demonstra a sua força e pujança na expressão ibero-lusitana – afro – brasilíndia e galego – castelã… Sem esquecer da verve provençal e italiana (latina). Os romanos com suas epopéias fecundaram a semente da poesia ocidental, herdada dos gregos, etruscos, celtas, gauleses, bretões, normandos, nórdicos e dos povos bárbaros da antiga Europa, Ásia e África.

Foi nesse espaço mitológico que surgiu a poética mágica de Dante e a verve inventiva do mestre Leonardo da Vinci e dos grandes artistas italianos. Entretanto, foi na Espanha de Quevedo e Cervantes (Quixote) e em Portugal de Pessoa, Camões e Gil Vicente, que o cordel ganhou feição popular e postura lítero-poética.

É na poesia cavalheiresca e trovadoresca que o cordel se inspira e alimenta-se de forma histórica, principalmente a partir dos Doze Pares da França (que retrata os tempos do Imperador Carlos Magno), das gestas e epopéias, dos bardos, apodos, Templários, da Távola Redonda do Rei Arthur, de El Cid, O Campeador, dos cavaleiros e cruzadas e da obra monumental de Camões e Cervantes, ambos influenciados por Dante Alighieri e por toda a tradição popular da oralidade greco-latina-ibero-lusitana.

Os trovadores foram os principais precursores e alicerces para a futura Literatura de Cordel nos países de língua portuguesa, principalmente no Nordeste do Brasil, a partir de Salvador-Bahia, dos portos marítimos e do Rio São Francisco, até chegar em Campina Grande, Caruaru e Juazeiro do Norte, onde criou raízes e imortalizou-se na verve dos poetas cordelistas e cantadores repentistas.

Não se pode esquecer o papel do boi (ciclo do gado), dos bandeirantes, dos jesuítas José de Anchieta e Manoel da Nóbrega, do negro (batuque, orixás, terreiros, candomblé), dos índios, caboclos, mamelucos, cafusos, mulatos, garimpeiros, aventureiros, lavradores, vaqueiros e tropeiros: disseminadores de costumes, falas e dialetos pelo vasto Sertão, da poesia regional e universal. Os poetas cantam a sua aldeia e desencantam os universos.

A Literatura de Cordel foi enriquecida pela criatividade e maestria de Gil Vicente, Camões, Rabelais, Gregório de Matos, Bocaje, Castro Alves, Gonçalves Dias, Cervantes, José de Alencar, Tobias Barreto, Catulo da Paixão Cearense, Juvenal Galeno, Ascenso Ferreira, além da contribuição incomensurável dos trovadores provençais e do romanceiro medieval.

 

Pesquisa, influências e confluências…

O cordel ganhou o mundo por meio do estudo, pesquisa e divulgação de mestres, leitores, amantes e pesquisadores da cultura popular, nomes como: Luís da Câmara Cascudo, Leonardo Mota, Manuel Diégues Jr, Ariano Suassuna, Rodrigues de Carvalho, Gustavo Barroso, Átila de Almeida, José Alves Sobrinho, Manoel Florentino Duarte, Rogaciano Leite, Jorge Amado, Glauber Rocha (pai do Cinema Novo), João Cabral de Melo Neto (Morte e Vida Severina), Rachel de Queiroz(O Quinze), José Américo de Almeida(A Bagaceira), José Lins do Rego(Fogo Morto), Graciliano Ramos(Vidas Secas), Mário de Andrade(Macunaíma), Sebastião Nunes Batista, Veríssimo de Melo, Sílvio Romero, Tobias Barreto, Vicente Salles, Alceu Maynard, Cavalcanti Proença, Roberto Benjamin, Carlos Alberto Azevedo, Hernâni Donato, Liêdo Maranhão de Souza, Téo Azevedo, Orígenes Lessa, Mário Lago, Américo Pellegrini Filho, Jerusa Pires Ferreira, Sebastião Vila Nova, Ruth Brito Lemos, Gilmar de Carvalho,
Raymond Cantel, Joseph Luyten, Mark Curran, Paul Zumthor, Candace Slater, Ria Lemaire, Silvie Raynal, Silvie Debs, Martine Kunz, Ronald Daus,Silvano Peloso, Zé Ramalho, Soares Feitosa(Jornal de Poesia),Ribamar Lopes, José Erivan Bezerra de Oliveira,Fausto Neto,Teófilo Braga, J. de Figueiredo Filho, Eduardo Diatahy de Menzes, Francisca Neuma Fechine Borges, Antônio Augusto Arantes, Ruth Brito, Maria de Fátima Coutinho, Rodrigo Apolinário( Cordel Campina), Maria Edileuza Borges, Alda Maria Siqueira Campos, Alícia Mitika Koshiyama, Maristela Barbosa de Mendonça, Mª José F. Londres, Patrícia Araújo, Doralice Alves de Queiroz, Esmeralda Batista, Viviane de Melo Resende, Márcia Abreu, Assis Ângelo, A.M Galvão, V.M Resende,Shirlley Guerra, Maria Julita Nunes e tantos outros destaques do mundo culturaliterário.

Renomados criadores das artes e da literatura brasileira foram influenciados pelo cordel. Saliento os principais que me recordo: Ariano Suassuna, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Jorge Amado, Graciliano Ramos, José Américo de Almeida, Rachel de Queiroz, Guimarães Rosa, João Cabral de Melo Neto, Manuel Bandeira, Dias Gomes, João Ubaldo Ribeiro, Orígenes Lessa, Cora Coralina, Carlos Drummond de Andrade, Paulo Freire, José Nêumane Pinto e tantos outros criadores significativos.
Na música, além de Villa-Lobos, a presença do cordel é marcante em Luiz Gonzaga, Elomar, Zé Ramalho, Raul Seixas, Antônio Nóbrega, Quinteto Violado, Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Ednardo, Xangai, Fagner, Elba Ramalho, Belchior, Caçulinha, Mário Zan, Zeca Baleiro, Lenine, Chico Science, Chico César, Amelhinha, Juraíldes da Luz, Chico Buarque, Geraldo Vandré, João do Vale, Jackson do Pandeiro, Jorge Mautner, Tom Zé, Dominguinhos, Oswaldinho, Clodo, Climério e Clésio(Os Irmãos Ferreira do São Piauí e de Brasília), Sivuca, Zé Gonzaga, Marinês, Hemeto Paschoal, Pixinguinha, Cartola, Noel Rosa,Ary Barroso, Vital Farias, Genival Lacerda,Diana Pequeno, Roberto Correia, Nando Cordel, Cordel do Fogo Encantado,Castanha e Caju, Cegas de Campina Grande, Jorge Antunes, Anand Rao, Argemiro Neto, Genésio Tocantins, Paulinho Pedra Azul, Beirão, Waldonys, Robertinho do Acordeon,Zé Calixto, Arlindo dos Oito Baixos, Gérson Filho, Pedro Sertanejo, Furinchu, Chiquinho do Acordeon, Torquato Neto, Capinan, Pessoal do Ceará, Gilberto Gil, Jorge Mautner, Maria Betânia, Vinícius de Moraes, Milton Nascimento, João Gilberto e Caetano Veloso. Só para lembrar alguns nomes expressivos. A lista é quilométrica.

 

Mitos e precursores

Convém ressaltar figuras de destaque, mistura de cordelistas e cantadores como o lendário “Zé Limeira”, fabuloso e fantástico Poeta do Absurdo, de Orlando Tejo e o inesquecível mestre Patativa do Assaré, da Triste Partida e tantas chegadas… Há ainda os semeadores Ugolino de Sabugi(primeiro cantador que se conhece), Nicandro Nunes da Costa, Silvino Pirauá, Germano da Lagoa, Romano da Mãe D´Água, Cego Aderaldo, Cego Oliveira, Zé da Luz, Fabião das Queimadas, Zé de Duquinha, Caraíba de Irecê, Otacílio e Lourival Batista, Ivanido Vilanova, Pinto do Monteiro, Pedro Bandeira, Raimundo Santa Helena, Oliveira de Panelas, Azulão, Rodolfo Coelho Cavalcante,Franklin Machado Nordestino e Cuíca de Santo Amaro. São símbolos que me vem de repente à memória.

Não posso esquecer de figuras místicas do universo sertânico do cordel: Lampião, Maria Bonita, Corisco, Antônio Silvino, Jesuíno Brilhante, Quelé do Pajeú, Lucas de Feira, Sinhô Pereira, Antônio das Mortes, os dragões da maldade, os santos guerreiros, beatos, jagunços, coronéis, cabras da peste, personagens glauberianos e cinematográficos…

 

Presença no Brasil: do sertão às grandes cidades

No Brasil, o cordel ganhou estatura poética na Região Nordeste do Brasil, pelas bandas do Polígono das Secas, Vale do São Francisco, Sertão do Cariri, dos Inhamuns, do Pajeú, Serra de Santana, Serra da Laranjeira, a mítica Serra do Teixeira (Olimpo da Poesia), Campina Grande (Capital do Cordel), João Pessoa, Vales do Jaguaribe, Parnaíba, Gurguéia; Chapada Diamantina, Chapada do Apodi,Serra da Borborema, Chapada do Corisco, Caruaru, Juazeiro do Norte, Crato, Crateús, Limoeiro, Recife/Olinda, Fortaleza, Salvador, Ibititá, Recife dos Cardosos, Lapão, Rochedo, Ibipeba, Canarana, Taguatinga, Águas Claras, Serra Talhada, Quixadá, Qixeramobim, Cabrobó, São José do Egito, Patos, Piancó, Umbuzeiro, Penedo, Aracaju, Oeiras, Picos, Imperatriz, Pedreiras, Catolé do Rocha, Monteiro, Sumé, Serra Branca, Bezerros, Surubim, Mossoró, Caicó, Aracati,Paulo Afonso, Feira de Santana, Juazeiro, Petrolina, Teixeira,Irecê/Jacobina, Barra, Morro do Chapéu, Bom Jesus da Lapa, Senhor do Bonfim,Uauá, Chorrochó, Maceió, Natal, São Luís, Cachoeira dos Índios, Terezina, Parnaíba, Belém, Ilhéus, Itabuna, Canindé, Arapiraca, Palmeira dos Índios, Ingazeira, Quebrângulo, Santarém, Ipirá, Irará, Canudos, Monte Santo, Sertânia, Jequié, Vitória da Conquista, Ibititá, Canarana, Lapão, Recife dos Cardosos, Pirapora, Anápolis, Montes Claros, Rio, São Paulo,Campinas,Diadema,Brasília /Ceilândia/Taguatinga/Gama e pela vastidão das metrópoles, dos campos, fazendas, roças, lugarejos, povoados, arraiais, arrabaldes, vilas, vielas, pés de serra e cidadelas da caatinga e do agreste.

Francisco Chagas Batista publicou um folheto, no ano de 1902, em Campina Grande, que está catalogado na Casa de Rui Barbosa – no Rio de Janeiro. É registrado como o primeiro folheto de cordel brasileiro publicado. Muito outros anteriores, se perderam na poeira do tempo.

Por muitos desses caminhos andaram e foram lidos poemas dos vates – poetas fenomenais: O condoreiro Antônio Frederico de Castro Alves (uma espécie de precursor do cordel erudito e do improviso), Silvino Pirauá de Lima (o introdutor do folheto de cordel no Brasil, segundo Luís da Câmara Cascudo), Agostinho Nunes da Costa (um dos pais da poesia popular no Nordeste), Leandro Gomes de Barros (um dos principais cordelistas de todos os tempos, pioneiro-mor, publicou centenas de folhetos), Ugolino de Sabugi(primeiro cantador), Francisco Chagas Batista, Nicandro Nunes da Costa), Germano da Lagoa, Romano de Mãe D´Água, Manoel Caetano, Manoel Cabeleira, Diniz Vitorino, João Benedito, José Duda, Antônio da Cruz, Joaquim Sem Fim, Manuel Vieira do Paraíso, Romano Elias da Paz, Manoel Tomás de Assis, José Adão Filho, Lindolfo Mesquita, Arinos de Belém, Antônio Apolinário de Souza, Laurindo Gomes Maciel, Rodolfo Coelho Cavalcante, Francisco Sales Areda, Manoel Camilo dos Santos, Minelvino Francisco da Silva, Caetano Cosme da Silva, Expedito Sebastião da Silva, João Melquíades Ferreira da Silva, José Camelo de Rezende, Joaquim Batista de Sena, Gonçalo Ferreira da Silva, Teodoro Ferraz da Câmara, José Albano, João Ferreira de Lima, José Pacheco, Severino Gonçalves de Oliveira, Galdino Silva, João de Cristo Rei, Zé Mariano, Antônio Batista, José Alves Sobrinho, Manuel Pereira Sobrinho, Antônio Eugênio da Silva, Severino Ferreira, Augusto Laurindo Alves(Cotinguiba), Moisés Matias de Moura, Pacífico Pacato Cordeiro Manso, José Bernardo da Silva, Cuíca de Santo Amaro, João Martins de Athaide, Apolônio Alves dos Santos, José Costa Leite, Antônio Teodoro dos Santos, José Cavalcante Ferreira(Dila), Francisco Gustavo de Castro Dourado, Manoel Monteiro, Abraão Batista, J.Borges, Zé da Luz, Arievaldo e Klévisson Viana, Zé Soares, Zé Pacheco, João Lucas Evangelista, Amargedom, Joăo de Barros, Zé de Duquinha, Carolino Leobas, Elias Carvalho, Zé Maria de Fortaleza, Audifax Rios, Adalto Alcântara Monteiro, Cunha Neto, Francisco Queiroz, Ary Fausto Maia, Toni de Lima, Bráulio Tavares, Téo Azevedo, Stênio Diniz, Josealdo Rodrigues, Antônio Lucena, Geraldo Gonçalves de Alencar, Hélvia Callou, Edmilson Santini, Eugênio Dantas de Medeiros, Jomaci e Jandhuir Dantas, Francisco de Assis, Paulo de Tarso, Francisco Morojó, Pedro Osmar, Geraldo Emídio de Souza, Olegário Fernandes, Zé Antônio, Pedro Américo de Farias, Marcelo Soares, Jair Moraes, João Pedro Neto, Francisca Barrosa, Lourdes Ramalho, Tindinha Laurentino, Maria da Piedade Correia – Maria Diva Guiapuan Vieira, Vânia Diniz, Lilian Maial, Vânia Freitas, Cora Coralina, José Leocádio Bezerra, Antônio Barreto, Antônio Vieira, Bule-Bule, Gutemberg Santana, Jotacê Freitas, Leandro Tranquilino Pereira, Luar do Conselheiro, Maísa Miranda, Marco Haurélio, Sérgio Baialista e diversos nomes recorrentes no fantástico cosmos cordelista. Poetas significativos do passado e da atualidade, entre tantos baluartes da Poesia Popular e do Romanceiro do Cordel.

 

Cordel na Internet

 

Amargedom, Almir Alves Filho, Anízio Guimarães, Benedito Generoso da Costa, Daniel Fiuza, Domingos Medeiros, Francisco Egídio Aires Campos (Mestre Egídio), Gonçalo Ferreira da Silva, Guaipuan Vieira, F.G C.Dourado, Jesssier Quirino, Jandhuir Dantas, José de Souza Dantas, Lenísio Bragante de Araújo, Rubênio Marcelo.(Todos os últimos citados são publicados constantemente na Internet). Divulgam seus trabalhos nas páginas da Web com relativa freqüencia e constantes atualizações.

O cordel tem presença constante no mundo virtual. Além de centenas de cordelistas que divulgam os seus trabalhos na Internet, temos até a Academia Brasileira de Literatura de Cordel, com sede no Rio de Janeiro e composta por seleto quadro de acadêmicos de boa qualidade.

Há pouco surgiu um dos melhores sites sobre o Cordel na Internet: O Cordel Campina, coordenado por Rodrigo Apolinário, em Campina Grande, Meca sertaneja da poesia popular e berço de célebres poetas e cantadores repentistas.

O cordel subsiste, sobrevive, apesar das idiossincrasias, intempéries, dificuldades e antropofagias da Indústria cultural midiática, globalizante e da invasão cultural norte-americana…

São imprescindíveis a divulgação na mídia e na web, distribuição eficiente, abertura de espaços e fóruns de discussão e de publicação de textos de cordel, de autores tradicionais e contemporâneos, para dinamização do movimento da Poesia Popular Universal…
A Internet é um espaço primordial e dinamizador de nossa literatura popular.

 

Cordel no Planalto Central do Brasil

Quem quiser conhecer um pouco sobre a poesia popular e apreciar a minha criação em cordel, visite:
http://www.gustavodourado.com.br/cordel.htm
http://www.gustavodourado.com.br/patriciaaraujo.htm
http://www.gustavodourado.com.br/CordelnaInternet.htm
http://www.cronopios.com.br/site/colunistas.asp?id_usuario=32
http://www.gargantadaserpente.com/cordel/
http://www.triplov.com/poesia/gustavo_dourado/
http://www.vaniadiniz.pro.br/realese_gustavo_dourado.htm
http://www.se.df.gov.br/gcs/file.asp?id=3744 (file.doc)
http://www.gustavodourado.com.br/Cordel%20e%20cinema.htm
http://cordel.zip.net/

Veja também:

http://www.portaldocordel.com.br/cordelistaGustavoDourado.html
http://www.eunaotenhonome.com.br/gustavodourado/blog/gustavodourado
http://www.portaldocordel.com.br/doc/cordeisDown/60machadoAssis.pdf
http://www.portaldocordel.com.br/doc/cordeisDown/01tropicalia.pdf
http://www.portaldocordel.com.br/doc/cordeisDown/30guimaraesRosa.pdf
http://www.portaldocordel.com.br/doc/cordeisDown/04JorgeAmado.pdf
http://www.jornalismo.com.br/gustavodourado
http://www.ablc.com.br/
http://www.ablc.com.br/cordeldavez/cordeldavez.htm
http://www.secrel.com.br/jpoesia/cordel.html
http://www.camarabrasileira.com/cordel.htm